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quarta-feira, 21 de março de 2012

O Retorno após quase vinte anos

Junior Mendes - Nova promessa no cenário cultural pernambucano


                                                                                                                                           Arquivo Pessoal
 O locutor de rádio, produtor executivo, escritor, técnico em edificações e acadêmico em direito Junior Mendes é a mais nova promessa do cenário cultural pernambucano, isso porque o rapaz esteve afastado da cena por algum tempo, e agora prepara-se para regressar em grande estilo.

Idelizador do 1o. Festival de Teatro do Paulista, quando tinha apenas 18 anos, foi criticado e desacreditado pela própria família que ressentia que o jovem, ousado e sonhador, largasse os estudos para seguir por caminhos incertos: o das artes.
Não apenas provou para a família que o que desejara não era sonho, e sim, concretização. Como também, no mesmo ano, não apenas passou na escola em que estudara, como foi aprovado na escola Técnica Estadual, mostrando com isso, que suas afinidades com as artes em nada prejudicaria seus estudos.
Mas, infelizmente acabou seguindo por outros caminhos, como desejara a família, dedicando-se apenas aos estudos.
Hoje, alguns anos depois, ele promete voltar em grande estilo: ainda para 2012 Junior Mendes irá montar a peça teatral, de sua própria autoria: A Família, que conta com a participação de doze excelentes artistas e mais cinco pessoas que compõem a equipe técnica; uma exposição fotográfica; o lançamento de dois livros e uma montagem de uma das peças de Nelson Rodrigues.
Entre o segundo semestre de 2012 e o início de 2013, ele pretende dar início as filmagens de três documentários e uma microssérie. É o que ele contou em entrevista cedida à repórter Priscylla Ingrend da Tv Tabocas, afiliada da Tv Nova Nordeste no dia 16 de fevereiro, e me confirma em entrevista exclusiva, que vocês podem conferir logo à seguir.

Vanusa Lima: Você passou algum tempo afastado do cenário cultural pernambucano. Como você ver esse retorno e o que você pretende fazer de fato para marcar sua volta?
Junior Mendes: Vejo que agora Pernambuco está acreditando melhor em seus talentos. É o caso do engrandecimento de Ipojuca e a "revolução" que está acontecendo em Goiana. É também a interiorização da cultura em nosso estado. Pernambuco tem tudo para dar certo. Bastam políticas sérias que pensem no bem estar da população. Passei algum tempo afastado das arte sim, mas não totalmente. Após idealizar o Festival de Teatro em Paulista, em 1992, eu me dediquei aos estudos das edificações pela Escola Técnica. Porém, em 1998, eu idealizei um projeto que tem tudo haver com cultura e educação, qual apresentei à antiga EMTU, bem como ao Gabinete do Palácio do Campo das Princesas. Na época, o Governador do estado era o falecido Miguel Arraes e o seu Secretário da Fazenda, era o seu neto, o atual Governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Diante disso, iremos reapresentar o mesmo projeto, sendo que melhorado para a contemporaneidade. Espero aprová-lo agora. Deixei novamente de lado as artes para me dedicar novamente aos estudos, sendo que agora, em nível universitário. Em 2002, ingressei para o curso de Ciências da Computação, pela Faculdade dos Guararapes. Já em 2008, ingressei no curso de Engenharia de telecomunicações, pela Faculdade Maurício de Nassau. Em 2009 retornei às artes com dois projetos. Um deles é o Thokas do Som, que será reapresentado tanto ao Governo do Estado ainda em 2012, como para as prefeituras envolvidas. Já em 2011, ingressei no mundo do Direito, pela Universidade Católica de Pernambuco. Os demais projetos que estou me envolvendo em 2012, são os que te contei agora pouco.   
Vanusa Lima: Um projeto que agrega outras prefeituras. Você pode citá-las?
Junior Mendes: Sim, claro. O Thokas do Som é um porjeto idealizado a partir dos programas de rádio, onde eu o denominei de rádio sobre os palcos e será levado a algumas cidades do interior do estado: Petrolina, Goiana, Palmares, Garanhuns, Tupantinga, Arcoverde, dentre outras.
Vanusa Lima: A peça A Família foi você quem escreveu, e finalizou-a há pouco tempo. Em que consiste o enredo da peça e quais suas espectativas com relação a ela?
Junior Mendes: Consiste na relação de uma família de interior de Pernambuco. Trata sobre os problemas familiares, com um olhar cômico, onde poderemos observar que o que acontece conosco dentre de casa tem o seu lado ilário, porém não conseguimos nos desvincular de todos os problemas, para observar melhor. As expectativas é a reflexão sobre nós mesmos e sobre a nossa relação para com os entes queridos, participantes de nossa família. No que tange família, entenda-se do conceito grego, onde fazia parte da família, todos os consanguineos e os por consideração. A iluminação será específica e também ampla. As cores de cenário e figurino serão vivas. A peça está enredada em 1842. No entando, vale salientar que na peça existe a ausência de palavrões ou insinuações pornográficas, tendo em vista que pretendo mostrar com essa peça, que é possível fazer humor sem fazer apelações do tipo.
Vanusa Lima: Você também falou de uma possível montagem de uma das peças do polêmico Nelson Rodrigues, que aliás, também era pernambucano. Você já pode adiatar algo sobre essa montagem ou ainda está em estudo?
Junior Mendes: A peça Senhora dos Afogados trata de relações de incesto, morte, violência e trama dentro de um drama familiar e mítico. A iluminação será específica. Já as cores serão vivas retratando a época de 1947, ano em que foi escrita por Nelson Rodrigues.
Vanusa Lima: Com relação aos demais projetos: a exposição, os livros, os documentário e a microssérie, você já pode nos adiantar mais informações sobre eles?
Junior Mendes: A exposição ocorrerá em Recife e tende a fazer com que os adolescentes a partir de 14 anos, possam refletir sobre sua própria língua: a portuguesa abrasileirada. Tanto no modo conotativo como no seu modo denotativo. Um dos livros é um romance policial e o outro é um romance infanto-juvenil. Os documentários, o primeiro é sobre a cultura de Pernambuco em si. O segundo sobre um escritor recifense e será gravado em Recife mesmo. Já o segundo é sobre um escritor vitoriense e será gravado em sua cidade de origem, Vitória de Santo Antão. A microssérie é sobre o relacionamento familiar e também aborda as drogas, violência e sexo na adolescência, dramas do cotidiano.
Vanusa Lima: Você me falou que existe um grupo entre atores e equipe técnica que estão sempre com você, pelo menos na maioria dos projetos. Quem são esses artistas? E qual a relevância desse grupo para seus projetos?
Junior Mendes: São atores pernambucanos e não gostaria de citar nomes agora por receio de esquecer de alguns. O nome de cada um poderá ser conferido na ficha técnica de cada projeto que eu participar e farei o máximo para que eles apareçam. Sem eles, os projetos não seriam realidade. Só posso adiantar que são talentosos - pude ver isso de perto - e que todos possuem grandes bagagens. São tão relevantes que, pretendo formar um grupo coeso, com a participação efetiva de todos os doze atores e os cinco técnicos.
Vanusa Lima: Alguns anos afastado, isso te assusta? O que você espera desse retorno e das pessoas que estão com você?
Junior Mendes: Não. Esse tempo não me assusta em nada e só espero dedicação para o que pretendemos fazer.
Vanusa Lima: Certa vez você afirmou que só trabalhava com pessoas de quem você gosta realmente. Você ainda mantém a mesma opinião? Em que isso te atrapalha ou te favorece? E por que somente com pessoas que você tem afinidade? Acredita que se for ao contrário, seu empenho em determinado trabalho não será válido?
Junior Mendes: Disse e continuo mantendo. Só trabalho onde gosto, com o que gosto e com quem gosto. Uma vez ou outra isso já me atrapalhou e em 2009, eu tive que escolher e deixei o cargo de Consultor Técnico de Infra-estrutura, na Engenharia da Regional da Claro Nordeste e a minha ex-chefe não entendeu minha posição. Alguns dizem que eu "chutei o pau da barraca", outros dizem que ela ficou "bufando" de raiva e chamou muitos palavrões. Eu nunca mais voltei lá para conferir.
Vanusa Lima: Junior Mendes por Junior Mendes. Quem é ele?
Junior Mendes: Não gosto de falar de mim nem da minha vida pessoal.
Vanusa Lima: Você já me falou de seu passado, de sua volta e de seus projetos. Que tal agora você me falar sobre a cultura pernambucana. O que está sendo feito, na sua concepção, para que seja possível abrir espaço para pessoas, que como você, estão retornando ou, aquelas que querem começar nesse âmbito cultural?
Junior Mendes: Mais eficiência dos órgão públicos em relação a cultura. Mais seriedade, mais formação. Isso está faltando muito. Os recursos ainda são muito pouco e, menos ainda se, comparados aos investimentos em outras áreas.
Vanusa Lima: Você me falou que desde cedo já escrevia, sempre gostou de escrever. Agora há pouco por exemplo, você terminou de escrever um romance policial. Já tem uma peça teatral finalizada e outras obras encaminhadas. Mas, você também conta que não é muito fã da leitura. Como você explica esse seu lado paradoxo? Ele está atrelado em tudo na sua vida ou só no que consiste ler e escrever?
Junior Mendes: Tudo na vida é paradoxo. Realmente gosto de escrever. Peça, no gênero comédia por exemplo, existe a perspectiva da trilogia de A Família. Já peça, no gênero drama existem também mais 3, todas sobre mitos. A única que não é minha e participarei é a de Nelson. 7 é um bom número. Em termos de peça encerrarei por aí. Livros existem a perspectiva de 12 obras. O primeiro já vai ser lançado, seu nome, Justosinjustos.
Vanusa Lima: Quer falar sobre ele?
Junior Mendes: Apenas um pequeno release. É sobre um triângulo amoroso entre jovens e um acontecimento trágico entre eles, um dos jovens é assassinado e o outro acusado de matá-lo. De ante mão adianto que esse jovem não é o assassino, mas é preso e acusado como tal. O enredo se passa numa cidade do interior de Pernambuco e as histórias são muito interessantes. Aguardem para conferir.
Vanusa Lima: O campo político para a área cultural está ascendendo aqui no estado, no entanto, sabemos que ainda existe uma certa "desorganização" de algumas entidades, beneficiando pricipalmente aqueles que já estão aí no mercado há bastante tempo. Você vê esse parâmetro como obstáculo para seu retorno?
Junior Mendes: Não, mas a política não está descartada, se for para melhorar a cultura. Prezo por um slogan: "Pelo direito a cultura e, pela cultura do direito! Sempre!".
Vanusa Lima: Alguns anos atrás sua família desaprovava sua escolha. Hoje, você é casado e tem três filhos. Tua esposa e teus filhos te apoiam, ou a história se repete?
Junior Mendes: Há coisas que não mudam. Minha mãe por exemplo, continua pensando o mesmo e só me apoiará quando as coisas se concretizarem de fato. Ela tem a visão que trabalho é aquele que você bate cartão todo dia e tem hora para almoço. Aquele que você tem que pegar condução para chegar lá e que sempre tem um chefe te esperando. Coisas da Amara. Já meus filhos e minha mulher acreditam sim que os projetos possam deixar de ser projetos e se tornarem realidade.
Junior Mendes terminou a entrevista deixando para todos nós que a acompanhamos, uma lição de perseverança. "Não devemos desistir de nossos ideais, mesmo que eles pareçam impossíveis, afinal, vale lembrar que tudo é possível nessa vida, basta que acreditemos e que façamos por onde", concluiu.

 Vanusa Lima direto da Redação.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Lendas Indígenas Brasileiras
Fonte da imagem: funai.gov.br

Em homenagem a essa raça que sempre fez parte da história de um país chamado Brasil, vamos contar para vocês algumas lendas que ao longo dos séculos fizeram e ainda fazem parte da cultura indígena brasileira.
As lendas tiveram origem dentre os povos indígenas e tinham como objetivo orientar à tribo, bem como, em alguns casos eram utilizadas com o intuito de conter os índios mais exaltados, em sua maioria, os índios mais jovens, que temiam os castigos de Tupã, dessa forma, quase sempre não se rebelavam.
No geral, essas lendas serviam mesmo para conduzir os costumes da tribo. Assim, as lendas foram passando de geração para  geração e hoje integram além dos costumes de um povo, a cultura de uma nação.

Confira à seguir, algumas das lendas que fazem parte do costume indígena brasileiro.

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Lenda do Milho

Fonte da imagem: kadiaeneida.blogspot.com

Há muitos anos atrás, havia uma grande tribo cujo cacique era um velho guerreiro. Um índio muito bom, mas que já estava cansado pelo tempo.
Preocupado com a felicidade de sua tribo, que passava por uma situação de quase fome, já que a comida estava quase excassa e, pressentindo que estava próximo da morte, ele chamou seus filhos e falou:
- Quero que passem os próximos dias preparando as terras para plantio.
Um dos filhos questionou:
- Mas não temos o que plantar meu pai.
Ele, olhando para o filho que o questionou, e em seguida para os outros, disse-lhe.
- Façam o que mando.
Os índios nada mais disseram. Passaram os dias seguintes preparando as terras para plantar. Limparam e em seguida araram a terra. Quando a mesma estava pronta, voltaram e falaram ao pai.
- A terra já está pronta meu pai. E agora, o que devemos fazer?
Nessa hora, o velho cacique deu a seguinte ordem aos filhos:
- Meu fim está próximo. Quero que façam exatamente o que vou mandar. Três dias após minha morte, levem-me até o meio da terra limpa e arada, enterrem-me lá. Em seguida, voltem para a aldeia e sequer olhem para trás. Esperem algumas luas e só depois voltem para verem o resultados.
Os filhos não quiseram obedecer as ordens do cacique. Mas esse foi ainda mais convincente:
- Se não fzerem o que vos ordeno, toda nossa tribo morrerá de fome. Façam isso em nome da tribo.
Eles ficaram tristes, mas não podiam desobedecer as ordens do velho cacique.
Assim aconteceu. Após a morte do cacique, os filhos fizeram exatamente como o pai mandara.
Quando voltaram ao local em que plantaram o cacique, de longe puderam avistar alguns pés de plantas. Quando chegaram perto, perceberam que da cova onde o cacique fora enterrado, surgiu uma planta com algumas espigas cheias de grãos dourados, conhecida como milho.
Os índios ficaram contentes e não mais sentiram fome. Das sementes que colheram, comeram algumas, outras distribuiram com outras aldeias e algumas outras guardaram para plantar para o ano seguinte.
E assim, jamais falta milho nas tribos. Porque um velho cacique se sacrificou em nome de um mal que ameaça de forma invisível todo o seu povo: a fome.

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Lenda da Mandioca

Fonte da imagem: uepa.br

Em uma época muito distante da qual vivemos hoje, dizem os índios mais velhos, que uma filha de um tuxaua apareceu grávida na aldeia. Ele quis punir o responsável pela desonra de sua filha, mas sua filha jurava que não havia se deitado com nenhm homem.
Quando estava decidido matar sua própia filha, para sanar tal vergonha, apareceu-lhe em sonho um homem branco dizendo que ela estava falando a verdade.
Passado o tempo da gestação, nasceu naquela tribo uma indiazinha muito branquinha, causando o maior espanto entre os índios e provocando curiosidade nas demais tribos. Todos queriam ver aquela índia tão linda e tao branquinha.
A mãe, a jovem índia, colocou o nome da filha de Maní, que em tupi significa branca.
Maní vivia sempre sorrindo, não chorava e pouco comia e bebia.
Certa vez, Maní adoeceu e todos ficaram tristes, já que a pequena indiazinha fazia a alegria de todos na aldeia.
Não demorou muito e Maní morrera. Todos ficaram tristes e mais ainda sua mãe, que para não se separar da filha, a enterrou dentro da própria oca.
Todos os dias a mãe de Maní se aproximava da cova e chorava de saudades da filha. O mesmo acontecia com alguns outros índios que gostavam da pequena Maní.
Certo manhã, quando se aproximara da cova da filha, a mãe de Maní percebeu que crescia uma plantinha e todos resolveram esperar.
Coincidentemente, naquela época a tribo da mãe de Maní estava passando fome, não tinham mais o que comer ou pescar. Então os índios mais velhos se reuniram e rezaram à Tupã. Pouco tempo depois a planta cresceu mais, tornando-se viçosa.
Quando decidiram cavar, encontraram raízes grossas, cuja casca era marrom da cor da terra, mas sua popa era tão branquinha, mais tão branquinha, que de imediato reconheceram a pequena Maní naquele fruto.
Todos então resolveram chamar o fruto de Maní Oca e como foi passando de aldeia para aldeia, o nome acabara se transformando em mandioca.
Assim, surgiu a lenda da mandioca, uma pequena indiazinha que sanou a fome de muitas aldeias.
E todos os índios ficaram eternamente gratos à Maní.

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Lenda do Guaraná

Fonte da imagem: amazonialendas.blogspot.com

Contam os índios mais antigos, que um casal de índios da tribo Maués, vivia junto por muitos anos e não conseguiam ter filhos. Até que um dia, o casal resolveu rezar para Tupã e suplicar que o deus Tupã lhes mandasse um filho.
Tupã, vendo que aqueles dois índios eram cheios de bondade e vendo que um filho completaria a felicidade do casal, concedeu para eles um indiozinho.
Quando a criança nascera, o casal era só felicidade. O menino nasceu saudável e muito bonito, despertando em alguns, a inveja, inclusive em outros deuses.
Jurupari, o deus da escuridão sentia muita inveja do jovem índio, não apenas por sua beleza, mas pela paz e felicidade que ele transmitia aos que estavam por perto. Certa vez, decidiu acabar com a vida do pobre índio.
Certa manhã o jovem foi na floresta para colher frutas, nesse momento Jurupari aproveitou para por em prática seu plano de ceifar a vida do garoto. Ele se transformou em serpente venenosa e quando esse estava distraído, o mordeu, matando-o na mesma hora.
A triste notícia correu todas as aldeias amazonenses e nesse mesmo momento, trovões ecoaram e fortes relâmpagos caíram pela aldeia.
A mãe do jovem índio estava inconsolável, chorava em desespero.
Na mesma hora em que ouvira os trovões, entendera que era uma mensagem de Tupã, onde ordenar-lhe a plantar os olhos de seu filho tão amado e que deles uma nova planta surgiria, dando frutos saborosos.
A mãe, embora triste, jamais ousaria desobedecer as ordens do deus Tupã, e no mesmo instante seguiu para a mata e plantou os olhos de seu filho. No local cresceu o guaraná, cujas sementes são negras, cada uma com um arilo em seu redor, imitando os olhos humanos. Até hoje os índios acreditam que o guaraná são os olhos do jovem índio que foi morto de forma covarde, pela inveja de um deus e que por isso, Tupã o recompensara, transformando seus olhos em um fruto muito bonito. 

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Lenda do Diamante


Antigamente, quando o Brasil ainda se chamava Pindorama, existiam algumas tribos que viviam em guerra por territórios e por comidas.
Numa dessas tribos, existia um jovem guerreiro chamado Oiti. Ele era valente e muito apaixonado por sua esposa, a jovem e linda índia Potira.
Certo dia, o cacique convocou todos os guerreiros para uma nova guerra contra uma aldeia vizinha. Todos os guerreiros partiram, deixando as esposas tristes e chorosas. Menos Potira, ela não chorou, apenas acompanhou com os olhos firmes, a canoa em que seu amado Oiti estava.
Passaram-se longos dias, nenhuma notícia chegava. As índias continuavam a derramar suas lágrimas por aqueles que estavam na guerra. Mas Potira continuava sem chorar. Todos os dias, ela seguia até o rio, sentava-se à beira e ficava olhando para o infinito, na esperança de ver seu amado surgir. Mas não acontecia e ela, embora com o coração  despedaçado, voltava para a oca sem derramar suas preciosas lágrimas.
Até que um dia, alguns dos guerreiros regressaram e deram a triste notícia para Potira, seu amando Oiti não mais existia.
Nesse momento, Potira correu desesperada para a margem do rio, sentou e em desconsolo começou a chorar. Suas lágrimas eram tão cristalinas e expressavam tanta dor, que Tupã sentindo pela da imensa dor da jovem índia, a presenteou. Cada lágrima cristalina que caía dentro das águas do rio, misturando-se às areias finas e claras, o deus Tupã as transformava em diamantes.
Dessa forma, das lágrimas doloridas da jovem Potira, surgiram uma das mais preciosas pedras existentes na natureza: o diamante, reflexo de um saudoso amor.

Texto e Edição: Vanusa Lima 
19 de Abril - Dia do Índio

Os primeiros habitantes de uma terra conhecida como Pindorama, foram durante muitos anos: escravizados, maltratados, desrespeitados e por fim, quase extintos.
Esse povo que resistiu bravamente e continua resistindo às dificuldades existentes nos dias de hoje, enchem de cultura nosso povo, nossa gente, essa terra chamada Brasil.

Fonte da imagem: floresemcasa.blogspot.com

Os índios brasileiros formam inúmeras tribos que ocupam quase todas as partes territoriais do país, embora em número pequeno, eles estão espalhados por toda parte. Tribos que mantém até hoje seus custumes e crenças.
Apesar de terem sido quase extintos, ou terem em muitos momentos suas vidas desrespeitadas, os índios procuram conviver passivamente com seus irmãos pátrios.

Fonte da imagem: vedeoscampos.blogspot.com

"Tupi... fulni-õ... xucuru... kapinawá... não importa o nome que tenha ou a que tribo em que pertenço. O importante é que você me conhece, sou seu irmão, sou brasileiro, sou gente e mereço respeito. Meu nome é... Índio"

Texto e Edição: Vanusa Lima

sábado, 14 de janeiro de 2012

Os Nomes das Cidades Pernambucanas Revelados Num Único Livro: Pernambucânia

Fonte da Imagem: http://www.google.com.br/
Esse livro de Homero Fonseca foi publicado pela editora CEPE, Recife. Conta as curiosidades e histórias que envolvem a escolha do nome das cidades pernambucanas. Muito interessante, principalmente para os curiosos de plantão, que sempre se perguntaram por que aquela cidade do interior tem esse ou aquele nome? Que pode ser: esquesito, engraçado, feio, triste, enfim. Seja qual for o nome que sua cidade tenha, aproveite e descubra ainda mais.
No entanto uma pequena observação deve ser ressaltada, é com relação a história da cidade de Tupanatinga, agreste de Pernambuco. O livro diverge um pouco do que os mais antigos moradores da cidade contavam a respeito de sua origem. Mesmo assim, é muito interessante a leitura.
Tupanatinga: Diziam os moradores mais antigos que o Coronel José Emílio de Melo, morador de Buíque, hoje cidade vizinha, casou-se e foi morar no povoado Santa Clara. (Tupanatinga era povoado de Buíque). Lá, ele iniciou comércios, abriu escola, construiu casas e permitiu a evolução do povoado e tal forma que conseguiu depois de muitas brigas políticas e de família (seus parentes eram representantes da prefeitura de Buíque e portanto, contra a emancipação do Povoado Santa Clara), elevar à Cidade.
José Emílio de Melo brigou muito, até que conseguiu a emancipação do Povoado. O nome também foi sugestão dele. De acordo com moradores mais antigos, no lugar da casa de número 01, casa do coronel, existia uma enorme pedra muito clara, então, o mesmo sugeriu que o nome da cidade fosse de origem indígena e que tivesse relação com a tal pedra. Então ficou assim:
Tupana = deusa + tinga = branca/clara, sendo assim, Tupanatinga = Deusa Branca ou Deusa Clara.
Em homenagem ao fundador da cidade, a primeira escola estadual recebeu o nome de EJEM - Escola José Emílio de Melo e permanece no mesmo local desde sua inauguração.
Embora no livro a história esteja um pouco diferente, sabemos que isso é possível baseado na forma como a mesma foi apurada. Não estou aqui para dizer qual delas é a versão original, mas sim, indicar o livro Pernambucânia, o que há nos nomes das nossas cidades, por ter detectado uma narrativa interessante e curiosidades singulares.
             Texto e Edição: Vanusa Lima

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